Believe - 40 -

Thiffanny P.O.V's

Acordei devagar, uma porta batia fortemente na cozinha. Olhei para o lado vendo meu marido dormindo profundamente, suspirei irritada com o quão pesado podia ser seu sono. Joguei as cobertas para o lado e sai da cama com passos leves, se eu andasse muito pesadamente meu bebê acordaria e eu não estava com cabeça para choro de bebês. Assim que alcancei o corredor vi pegadas negras, meu coração disparou. As pegadas iam até o quarto de Íris que se encontrava fechado, andei lentamente até lá assustada. Catei meu taco de baseball segurando no alto, talvez um ladrão entrou aqui? Talvez, admiti para minha consciência.

___ QUEM QUER QUE ESTEJA AI SAIA AGORA! - gritei abrindo a porta com um solavanco, meus olhos se arregalaram ao ver Íris gritando na cama e eu com um taco de baseball apontado para sua cara.

___ AHHHHHHHHHHHHHH!!! - ela gritou incrédula, pisquei várias vezes tentando ver se era real aquilo.

___ Mas o que está acontecendo aqui? - o pai de Íris entrou no quarto apenas de boxer assustado.

___ PAI? - ela abriu a boca nervosa.

___ ÍRIS? - ele disse ainda mais assustado. - O QUE DIABOS VOCÊ FAZ AQUI? - ela engoliu em seco, Íris caminhou lentamente até seu pai e parou a sua frente com os olhos marejados.

___ E-eu resolvi voltar. - ele levou a mão ao coração que batia fortemente.

___ V-você vai morar conosco? - ela assentiu. - Por alguns dias? Meses? Anos? - ele questionou sorridente.

___ Por tempo indeterminado. - ele sorriu de lado.

O silêncio se instalou no quarto, pude reparar que em seu rosto lindo haviam olheiras profundas. Sua camisola estava amassada e seu cabelo embaraçado. Não parecia a Íris de sempre, automaticamente lembrei-me de Justin e de seu namoro que agora virou noivado. Meu coração batia acelerado processando as informações, eles terminaram? Resolveram dar um tempo ou ela fugiu? A curiosidade se instalava em mim calmamente.

___ Então, porque resolveu morar no fim do mundo novamente? - disse brincalhona, ela lançou-me um olhar mortal. - Estou brincando docinho. - ela sorriu de lado, suas mãos suavam.

Íris Destiny P.O.V's

Droga! Os remédios misturados não foram o suficiente para uma overdose, talvez se eu misturasse alguns de tarja preta eu não estaria aqui agora. Meu pai estava pensativo assim como Tif, meu coração palpitava a mil. Por quanto tempo você ficará? Qual é o motivo da mudança repentina? E o Justin? Você está noiva? As perguntas possíveis que eles me fariam atormentava-me, pois eu não saberia responder nenhuma delas....exceto uma. Eu vim porque estou confuso, meu noivo me odeia e eu posso estar grávida dele.

___ Eu não vou mentir. - suspirei pesadamente.

___ Mas o que há para mentir meu doce? - disse Tif carinhosa como sempre, segurei sua mão.

___ Eu e Justin brigamos, talvez eu esteja grávida. - o sorriso de meu pai transformou-se em uma expressão indecifrável.

___ Grávida? - Tiffanny dizia sem acreditar. - Mas vocês não usaram preservativos querida? - neguei envergonhada, meu pai ainda estava processando as informações.

___ Sua mãe já sabe? - ele perguntou rudemente, abaixei a cabeça.

___ Não, só vocês e ele sabem. - eu esperava tudo agora, tudo mesmo.

Meu corpo estava mole, parecia feito de gelatina. Eu estava esperando pela bronca de meu pai, pelos xingamentos dizendo que Justin não prestava e me expulsando por não querer cuidar de nenhum bebê ainda mais de um marginal. O mais inacreditável foi que ele me abraçou com toda intensidade possível no mundo naquele momento, meus pés saíram do chão e ele me girou. Todo o peso do mundo havia saído de meus ombros e sumido. Tudo o que eu conseguia fazer era soluçar em silêncio, meu interior estava destruído com mais essa demonstração de afeto. Eu sorri apertando-o com mais força.

___ Filha, me desculpe por estes anos todos errar com você. - ele beijou minha testa. - Eu prometo nunca mais errar com você novamente. - meu rosto foi enchido de carinhoso beijos molhados, meu sorriso alargou-se rasgando minha face.

___ M-mas você não está bravo? Não vai em expulsar de casa? - ele riu pelo nariz, seus braços ainda envolviam meu corpo mole.

___ Eu nunca agiria como um idiota novamente. - ele beijou minha testa demoradamente. - Ainda mais agora que você me mostrou o que sou, eu decidi mudar íris. por você. - a felicidade não cabia mais em mim, eu comecei a chorar. Não de tristeza mas sim de alegria.

___ Mesmo? - ele assentiu.

___ Venha participar do abraço Tiffanny. - ele puxou ela, nós três ficamos alguns minutos em um abraço gostoso e coletivo.

Ouvimos um barulho de choro e logo lembrei-me de minha mais nova meia irmã. Tif correu porta a fora rindo, ri um pouquinho antes de encarar a face iluminada de meu pai. Ele me parecia bem mais novo do que aparentava, soube que ele havia finalmente com seu novo filho superado Rick e agora estava uito mais alegre e radiante. O constrangimento de minha parte era visível, ele soltou as mãos de minha cintura e beijou minha testa pela terceira vez.

___ Olhe só para você, já está uma mocinha. Cresceu fora de meus braços e pode ser mãe. - ele choramingou, abaixei os olhos. - Olhe quanto tempo eu perdi sendo um idiota. - ele pegou em minha mão. - Perdoe-me querida, perdoe-me. - assenti fitando seus olhos profundos de um tom verde escuro.

___ Eu perdoo papai, mas só se você me perdoar por seu uma filha tão ingênua e ruim. - ele riu pelo nariz.

___ Ora, cale-se Íris Destiny Lavigne! - ele disse brincalhão. - Você não tem que se desculpar por algo que não é. - ele fez um carinho em minha face. - Você é a pessoa mais perfeita e amável do mundo e eu sou muito sortudo por te ter em minha vida. - sorri imensamente envergonhada, ele riu. - Vamos tomar café e você me conta tudinho o que eu perdi. - assenti.

___ Tudo bem. - ele riu guiando-me para fora do quarto.

[..]

___ Como ele pode ter falado isto? - meu pai disse abismado, seus olhos estavam marejados.

___ E-eu não sei. - abaixei minha cabeça, eu havia abrido o jogo e contado tudo sobre o que aconteceu ontem, talvez antes de ontem.

___ Íris, ele é um idiota e por mais que eu dizia que ele era um marginal e não que não te merece. - ele fez uma pausa. - Você o amava assim como ele te ama e eu quero que você fiquem juntos e felizes. - sorri de lado.

___ Mesmo? - ele assentiu e pegou em minha mão, o que era o ato comum já.

___ Sim meu anjo, mesmo. - ele sorriu confortante. - E farei qualquer coisa para ajudá-los a ficarem juntos novamente.

___ Tudo bem. - terminei de comer o que havia em minha tigela.

___ Tive uma ideia. - anunciou Tif, nós olhamos para ela.

___ Que tipo de ideia? - perguntou meu pai.

___ Que tal irmos até o parque? - suspirei.

___ Parque? - ela assentiu.

___ Ou a aquela praia deserta do outro lado da cidade. - vi um sorriso surgir em minha face.

___ A que eu ia sempre que queria ficar sozinha? - eles assentiram, sorri.

___ Vamos! - sorri, corri escada acima pegando minha bolça e descendo em seguida. Os dois me encaravam risonhos. - O que foi? VAMOS!

___ Tudo bem vou pegar sua irmã. - caminhei até  aporta.

[..]

Quando a balça parou, saí correndo rumo as dunas que eu tanto gostava. Peguei minha bolça agarrada ao peito e desci de bunda aquele íngreme morro, a areia sujava meus sapatos e meu vestido mas não dei bola. Assim que caí dentro da água dei uma gargalhada alta, olhei para cima vendo que eles riam de mim gritando coisas engraçadas como "seu cabelo está embraçado e cheio de areia". Ri. Levantei-me e segui até a mesa de onde sempre víamos os surfistas.  Um sorriso inevitável abriu-se ao avistar aquela maravilhosa vista. 

O pão-de-açúcar estava verdinho e o bondinho passava por cima lotado de pessoas, a água cristalina batia contra as rochas formando uma espuminha deliciosa e aquele som maravilhoso de ondas se quebrando se misturava com os risos de crianças me fazendo fechar os olhos e apenas aproveitar. Meu pai estava tirando uma roupa e logo estava apenas de roupa de banho se jogando na margem do mar. Ri ao vê-lo cair um tombo, Tiffanny cuidava do bebê dando seu mama mas eu sabia que ela queria se divertir um pouco.

___ Pode ir Tif, eu cuidarei de nossa pequena. - ela assentiu sorridente, ficou logo de roupas de banho e se jogou no mar. - E você pequena, como vai? - cutuquei a bochecha de minha irmã obtendo uma risadinha gostosa, ri junto.

Acariciei a face da pequena e mais um risinho histérico saiu de sua boquinha. Seus olhos eram arregalados e negros, suas mãozinhas seguravam meu braço e eu tinha uma conexão inexplicável com aquele bebê. Meu coração palpitou, eu estaria mesmo grávida? Passei a mão por minha barriga sentindo algo se mexer, lágrimas salgadas saíam de meus olhos a cada instante. Eu estou grávida? Deus isso é real? Passei novamente a mão por minha barriga até sentir que lindinha como a chamava acariciava também, ri pelo nariz.

___ Você acha que eu estou grávida bebê? - ela riu fazendo biquinho. - Em? - acariciei sua barriguinha gordinha, ela gargalhou. A pequena brincava com minhas mãos fazendo gestos, peguei ela no colo. - Vamos passear meu amor? - guiei-nos por uma trilha de areia que levava ao meu lugar favorito da ilha, lagoas pequenas e verdinhas. Peguei com cuidado Angel colocando na água, levei um banho dela.

[..]

Já haviamos voltado a algum tempo, eu escrevia em meu diário. Fazia tanto tempo que não fazia essa ação que me faltou inspiração para o fazer, Tif brincava no tapete com Angel que chorava um pouco por ter ido tomar vacina. A campainha tocou fazendo meu pai levantar-se do sofá em direção a porta, um tempo se passou e algumas vozes eram possíveis ouvir. Ouvi um choro mas tentei não ligar, senti alguém me cutucar e eu tire o fone olhando para Tif.

___ Seu pai está te chamando a algum tempo. - franzi a testa.

___ Filha há alguém que está querendo lhe ver. - ele chamou mais alto, levantei a cabeça de meu diário ainda confusa.

___ E quem seria? - perguntei com desdem, ele abriu a porta revelando um garoto de cabeça baixa. Seus cabelos eram escuros, sua pele branca como leite e assim que ele levantou a cabeça me perdi em seu mar caramelado. - Justin. - engoli em seco.

...

Capítulos finais, Continua?