16.5.14

Believe - 23 -



Ele me olhava atentamente procurando algo que me fizesse explicar o que ocorria. Vesti minha camiseta envergonhada e Justin me olhava boquiaberto. Meu pai riu sem humor se escorando na porta. Engoli em seco apenas tentando encontrar uma desculpa palpável.


_ Eu venho do Brasil até a Califórnia e tenho que ver isso na porta de entrada da sua casa? -ele suspirou pesado.- Entrem já! -ele disse firme e eu peguei na mão de Justin o guiando para dentro da casa.


Fui subir para o meu quarto quando Justin me segurou. Olhei em seus olhos me perguntando porque ele me impediu de prosseguir e quando olhei para trás vi minha mãe sorrindo com Sophia no colo. Sorri indo até ela. Sophia era o mais novo membro da família, era a primeira filha de Tiffany e o terceiro filho do meu pai. Peguei-a na colo girando-a  no ar. Ela ria sapeca e parecia com meu irmão quando pequeno, algumas lágrimas se formavam no canto de meu olho apenas de relembrar que nunca mais o verei. Continuei brincando com ela e seu ursinho chamado blue. Ela adorava-o porque sempre que aproximava ela ficava histérica e dava gargalhadas. 


_ Ela é linda. -disse entregando-a minha mãe.
_ É mesmo, parece seu irmão. -assenti vendo Justin com cara de bobo nos olhando.
_ Quer pegar ela um pouco? -disse Tiffany chegando por trás e ele assentiu.
_ Quem é a lindinha? - ele disse fazendo cócegas e ela dava altas gargalhadas.- Quem é a coisa mais fofa do mundo depois da minha loirinha? -ele disse me fazendo rir enquanto segurava Sophia lá no alto.


_ Justin! Coitadinha! -disse porque ele chacoalhava-na fortemente.- Ela vai vomitar todo o almoço de ontem.-ele riu.
_ Ela não é linda? -ele disse me mostrando-a novamente.


_ Claro que é, ela é perfeita. -ele riu beijando minha testa.
_ Perfeita igual a você. -corei.
_ Justin, eu não sou perfeita. -ele riu entregando Sophia a minha mãe que brincava com ela.
_ É claro que é. -ele sussurrou em meu ouvido e eu estremeci.- Agora vamos trocar de roupa lá em cima. -ele me puxou.
_ Mas não tem roupas suas aqui. -disse confusa.
_ É claro que tem. -ele piscou e então saquei tudo. Ele havia armado tudo, desde o programa até toda a minha família em casa.

Subimos até meu quarto, procurei alguma roupa no armário enquanto ele tirava sua calça vestindo uma bermuda. Tirei minha roupa vestindo um delicioso vestido, calcei minha pantufa e fui até el sentando em seu colo.

_ Você me surpreendeu hoje. -disse sincera e el riu.
_ Você gostou? -assenti.
_ Muito. -ele sorriu e beijou-me com delicadeza.
_ Pombinhos, a mesa está posta. -olhamos assustados para meu pai que sorria perverso.
_ J-já vamos. -disse botando a mão no peito ° vendo meu coração acelerado.
_ Seu pai parece um fantasma! -disse Justin apavorado me abraçando.
_ As vezes eu acho que ele é. -disse desnorteada e descemos as escadas juntos.

Quando chegamos ao último degrau se encontravam minha mãe, meu padrastro, Tiffany e meu pai nos olhando bravos.

_ O que aconteceu? -perguntei assustada e eles caíram na gargalhada.
_ O que foi? -Justin sussurrou em meu ouvido baixinho e eu dei de ombros.
_ Porque não nos contou sobre vocês estarem junto? -perguntou minha mãe brava.- Eu teria que ser a primeira a saber poxa! -ela disse triste.
_ Mamãe... -Jus me interrompeu.
_ Senhorita Lavigne, eu iria pedi-la hoje. -ela sorriu- E iria pedir a permissão de todos vocês.
_ Sério isso? -perguntei boquiaberta e ele assentiu beijando minha bochecha.
_ Acho que eu estraguei a surpresa agora. -ele riu pelo nariz.
_ É, acho que sim. -disse divertida e ele entrelaçou nossas mãos.
_ Vamos! -disse Tiffany rindo.- Nos desculpe por estragar a surpresa Justin, estávamos tão animados que esquecemos que era segredo. -ele riu e eu fiz uma careta.
_ Todos sabiam, menos eu? -eles assentiram rindo e só percebi que meu pai continuava com a mesma postura séria e os lábios franzidos aparentemente não gostando da situação que estava acontecendo.
_ Então Justin, gosta de camarões? -perguntou minha mãe.
_ Amo. -ele disse sorrindo perfeitamente e ela riu aliviada.
_ Ainda bem, porque é a minha única especialidade. -rimos.
_ Mamãe, você não deveria star cozinhando. Vai ganhar o bebê em poucas semanas! -a repreendi e ela riu.
_ Íris, a mulher do seu pai estava cuidando de Sophia e eu tinha que aprontar algo para o jantar. -rolei os olhos.
_ Chame-a de Tiffany, seu nome! -disse irritada. Minha mãe sempre chamava Tiffany de "mulher do meu pai" como se isso fosse a única coisa que ela fosse.
_ Tanto faz. -disse seca e pegou o suco colocando um pouco em seu copo.

Todos começaram a comer e Justin tentava puxar assunto enquanto todos riam de suas piadas sem graça, eu sorria em ver que minha família apoiava nós dois estarmos juntos porque afinal eles eram tudo para mim. Tiffany tinha preparado um sobremesa especial com morangos e uvas dentro de uma tigela com calda de frutas vermelhas. Estávamos em um papo animado sobre a vida quando meu pai fez a questão de abir a boca.

_ Então Justin, o que pretende dar de bom a minha filha ficando com ela? -olhei atentamente para ele vendo que iria se iniciar uma discussão.


_ Senhor Lavigne. -Justin disse receoso- Eu posso oferecer que ela seja feliz ao meu lado. -sorri pegando em sua mão.- Eu a amo mais do que tudo e nunca a magoaria. -meu pai mordeu uma alface fazendo cara de quem ainda não estava convencido.
_ Mas você é um moleque, um maloqueiro que ficou famosinho e esnoba todos. -Drew ficou boquiaberto assim como eu.


Justin Bieber P.O.V's


Estava tudo indo bem, todos estavam me adorando menos o pai da minha loirinha. Ele me fez uma pergunta e eu respondi com sinceridade. Eu não posso dar dinheiro nem fama para a minha loirinha porque isso destrói pessoas. E eu a quero inteira, porque a amo. Após ele dizer aquelas palavras que não compreendi muito bem ele me lançou um olhar mortal.

_ Como? -perguntei sem entender.- Você me acha um moleque? -perguntei achando graça.
_ Sim. -ele deu de ombros.- Um moleque que não irá fazer a mínima diferença na vida da minha família e da minha filha. Apenas vai arruinar nossas vidas com todos esses paparazes e mentiras. Eu não gosto de morar longe dela, eu moro justamente porque ela acha que se daria bem aqui e olhe o que aconteceu. Ela te conheceu e isso é terrível. -franzi a testa.
_ Você tem uma certa implicância comigo não é? -disse exaltado.- Sim porque, todos aqui estão gostando de mim. Eu sou uma pessoa legal e tudo o que você está fazendo até agora é me criticar e me criticar. Eu sou um humano! Eu erro, eu acerto e levo tombos toda vez que tendo reparar meus erros.
_ Isso não faz a mínima diferença, eu queria que minha filha conhecesse alguém realmente digno. Que não fica indo em boates de Striptease, ou que aparece fazendo coisas ilícitas. Eu quero alguém que realmente a mereça e que a faça feliz de verdade. Alguém que não cante músicas sem graça ou que ande com a calça no chão. Eu quero que ela encontre um HOMEM! E isso você nunca irá ser. -engoli em seco.
_ PAPAI! JÁ CHEGA! -gritou Íris furiosa.
_ Acabou o que? Eu nem comecei a dizer algumas verdades a esse idiota.

Mil coisas passavam na minha cabeça. Ele estava em julgando antes mesmo de falar comigo. As únicas palavras que trocamos foram ofensas, ele era como Íris em dizer verdades mas a diferença é que ele não queria me ajudar a melhorar e sim me fazer piorar. Nunca senti tanta dor quanto estava sentindo agora. 

_ Escute aqui! Com todo respeito mas você está me diminuindo. Eu sou um humano como já disse. Erro e conserto meus erros. Não sou perfeito nem nunca serei. Sua filha é quem me faz acordar todo dia e suportar fofocas e mentiras sobre mim. Sabe como é horrível ter que se defender todos os dias de polêmicas e coisas que são tão simples mas que causam um estrago em todos. Respondendo novamente sua pergunta, o que posso oferecer a Íris é o meu amor. Meu carinho e toda a parceria que existe em um relacionamento. Se você não acredita em nós, eu não realmente não posso fazer nada. Porque o que eu não faço e  nunca faria é me moldar até ficar como você quer. Você tem sua filha que acabou de nascer, sua mulher e a Íris. Eles te amam incondicionalmente e só o que está fazendo é ser rude com todos. Me desculpe se julguei mal mas tudo o que eu vi você falar foram reclamações. Reclamações sobre o marido de sua ex mulher, sobre sua filha estar chorando com fome, sobre sua ex mulher ter preparado camarões sendo que és alérgico, sobre sua mulher estar gorda após o parto e inúmeras coisas. Então eu vou te dizer, não é assim que se vive. Você julga as pessoas por tudo e não olha para si mesmo. Eu estou me retirando dessa mesa e pretendo não voltar tão cedo.E eu repito se quiser. Eu NÃO sou perfeito! -me levantei da mesa saindo pela porta e deixando todos confusos.


[...]


Estava sozinho em uma praça, apenas haviam postes acesos. Uma garrafa estava em minhas mãos. Uma música linda tocava de algum restaurante fino, minhas mãos tremia. Estava um vento terrível mas não voltaria para a casa de íris ou a minha. Estava imerso em pensamentos. Eu não sou perfeito, não sou. Será que ninguém nunca aceitará isso? Ao menos a Íris me aceita como sou. Ela sempre me deixa para cima mesmo quando eu sou o maior babaca de todos. Eu a quero para mim. Só para mim. Quero acariciar seus cabelos loiros enquanto canto uma música doce. Uma doce melodia em seus ouvidos. Seu pai é realmente um monstro, é rude e arrogante. Mas eu não o julgo, ele está querendo defender sua filha de um marginal como eu. Se fosse eu já estaria botando-me para fora a pontapés. O que estou falando? Eu estava sendo agradável e foi ele quem arruinou tudo. Então porque está descendo um rio de meus olhos?

_ Íris, doce garota dos olhos esverdeados. Uma deusa da beleza, sua voz  é tão melodiosa quanto de uma sereia. Eu em perco em suas curvas toda vez que as olho. Agradável sorriso e desagradável timidez. Mistura de defeitos com perfeições. Bipolaridade ao extremo, piadas sem graça. Dentes brancos, pele morena. A única que sabe como lidar com meus próprios sentimentos confusos. Meu anjo sem asas, minha heroína que injeto todo dia nas veias. me deixe senti-la mas uma ou duas vezes ou melhor fique. Fique comigo! Não me deixe como todos, você é minha única esperança. -ri sem humor tomando um gole da bebida e sentindo tudo ficar meio zonzo. Estava bêbado, claro.


Íis Destiny Lavigne P.O.V's


_ O QUE VOCÊ FEZ!? -perguntei desesperada.
_ Eu não fiz nada. -disse meu pai indiferente.
_ Porque sempre tem que ser assim? -ele riu.
_ Assim como?
_ Contraditório. Não aceita minhas regras nem meus desejos. Ou melhor, quando foi  última vez que concordou ou me deixou fazer algo?
_ E-eu.. -ele disse sem saber.
_ Isso mesmo! VOCÊ NUNCA ME ESCUTA! Nunca é gentil com quem não gosta, você quer criar uma vida para mim segundo seus critérios mas na verdade eu odeio-te por fazer isso! Essa é a MINHA vida e eu cuido dela por si próprio! Deixe me em paz e nunca mais olhe em minha cara! -disse raivosa e com algumas lágrimas nos olhos. Peguei um casaco no cabide e vesti ele pegando as chaves e abrindo a porta.
_ Onde vai querida? -perguntou Tiffany docemente.
_ Onde eu não tenha que ser julgada. -ela me olhou triste.
_ Olhe seu pai só estava com ciúmes, ele te ama e não queria ter feito isso tudo. -dei de ombros.
_ Eu sei que ele é um homem bom afinal ele é meu pai mas ele passou dos limites hoje. Eu não sei onde Justin foi e estou preocupada com o que ele pode fazer. Você sabe que ele é impulsivo. -ela assentiu tristemente.
_ Quer ajuda para acha-lo? -neguei.
_ Você tem que ficar de olho na Sophia, eu ligo tudo bem? -ela assentiu e eu sai indo até minha moto. Subi nela e liguei-na.


[...]


Já se passava da meia noite quando estacionei ao lado de uma multidão  que cercava a rua. Coloquei o capacete no banco e segui até la em passos largos, encontrei Justin com uma garrafa de vodka vazia em uma mão cantando uma música. Quando em viu sorriu.

_ Íris meu amor! -ele disse alegre tentando se levantar mas caiu feio fazendo alguns rirem de sua cara.
_ Justin, vamos! -ofereci a mão mas ele recusou.
_ Escuta essa música, eu compus para seu pai. -ele riu como se fosse uma coisa engraçada e começou a cantar.
_ Que música Drew? Vamos para casa! Olhe você já está bêbado! -ele riu rolando os olhos.
_ Loirinha, escuta primeiro! -ele disse teimoso.
_ Ta eu escuto mas depois vamos para casa combinado? -ele assentiu e eu suspirei me sentando ao seu lado na grama.


Posso segurar meu fôlego
Posso morder minha língua
Posso ficar acordada por dias
Se isso é o que você quer
Ser a sua número um




Posso fingir um sorriso
Posso forçar uma risada
Posso dançar e interpretar o papel
Se é isso que você me pede
Te dar tudo que sou


Posso fazer isso
Posso fazer isso
Posso fazer isso


Mas sou apenas humana
E eu sangro quando caio
Sou apenas humana
E eu me arrebento e me desmonto
Suas palavras na minha cabeças, facas em meu coração
Você me bota lá em cima e depois eu caio aos pedaços
Pois sou apenas humana


Posso ligar
Ser uma máquina boa
Posso segurar o peso de mundos
Se é isso que você precisa
Ser seu tudo



Posso fazer isso
Posso fazer isso
Eu superarei


Mas sou apenas humana
E eu sangro quando caio
Sou apenas humana
E eu me arrebento e me desmonto
Suas palavras na minha cabeças, facas em meu coração
Você me bota lá em cima e depois eu caio aos pedaços
Pois sou apenas humana


Sou apenas humana
Sou apenas humana
Apena uma pequena humana

Eu só posso aguentar um tanto
Até ficar de saco cheio

Pois sou apenas humana
E eu sangro quando caio
Sou apenas humana
E eu me arrebento e me desmonto
Suas palavras na minha cabeças, facas em meu coração
Você me bota lá em cima e depois eu caio aos pedaços
Pois sou apenas humana


Quando ele terminou eu apenas o abracei, abracei com a força de uma multidão. Ele compôs uma música sobre ser fraco e sangrar por ser apenas como uma pessoa normal. Quem teria essa ideia brilhante? Jay correspondeu o abraço continuando a rir como um bêbado. Deixe-o rir mais um pouco antes de coloca-lo na garupa de minha moto e dirigir até sua casa. Entrei na garagem deixando a moto e carreguei ele até a porta de entrada.

_ Sabe quanto é quatrocentos e cinquenta vezes dois? -perguntou dando altas gargalhadas.
_ Não. -ele riu.
_ Bobinha, é dois! -mais uma vez ouvi ele gargalhar da piada sem graça.
_ Justin, vamos apenas tomar um banho e dormir tudo bem?  -ele assentiu.
_ Vamos tomar banho juntos? -ele arregalou os olhos.
_ Qual o problema? -perguntei preocupada.
_ Eu vou te ver nua! -ele disse apavorado.
_ Justin, você já me viu nua! -rolei os olhos.
_ É mas isso foi quando eu te machuquei! -ele disse triste.
_ Justin, vamos esquecer isso e ir tomar banho ta? -ele assentiu.
_ Quem está ai? -perguntei ao escutar um barulho.
_ Íris? -olhei vendo Selena na minha frente apenas de camisola.
_ O que faz aqui? -perguntei assustada.

...

Continua?

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